Flores de festas viram presentes para idosos
Criado há três meses, projeto Flor Gentil leva alegria a instituições; dálias e goivos de casamento nos Jardins foram transformados em 70 buquês
20 de julho de 2010 | 0h 00
Valéria França - O Estado de S.Paulo
Wanda Guerra recebe flores de Helena Lunardelli, idealizadora do projeto Flor Gentil. (Epitácio Pessoa/AE)
Arranjos usados para enfeitar grandes eventos e festas da alta sociedade paulistana agora são reciclados e depois encaminhados para instituições de idosos. A ideia é da florista Helena Lunardelli, de 37 anos, conhecida no meio pela criatividade e habilidade de fazer belos arranjos a partir de bases simples, como embalagens descartáveis e vasos antigos.
Mais do que reciclagem, o projeto, batizado de Flor Gentil, pretende levar um pouco de alegria e bem-estar a idosos que moram em instituições da cidade. "Estou montando uma espécie de Doutores da Alegria das flores", diz Helena. "Quando chegamos com os arranjos, distribuímos um a um, em mãos." As flores emocionam, aproximam e viram uma desculpa para uma visita mais longa de Helena e sua equipe, formada por um motorista e um ajudante.
A ideia nasceu em 2007, mas saiu do papel há três meses. Desde então Helena vem conquistando colaboradores, em geral floristas e decoradores, que assinam grandes eventos. "Eles conseguem a autorização dos donos dessas festas e então repassam as flores para o projeto", conta Helena. O decorador José Antonio de Castro Bernardes e as floristas Aparecida Helena Flores e Lucia Milan Daniela Toledo já aderiram. Até agora foram realizadas dez entregas em instituições públicas e particulares de idosos. A última foi na sexta-feira, no Recanto Monte Alegre, no Butantã, zona oeste, que abriga 51 homens e mulheres com mais de 70 anos.
Setecentas hastes de goivos, dálias e rosas saíram de uma festa numa mansão de uma tradicional família paulistana, realizada nos Jardins, zona sul, e seguiram para o ateliê da Bothanica, empresa parceira no projeto. Lá, as flores foram separadas e viraram 70 buquês nas mãos de oito voluntários (veja quadro) antes de seguir para o Recanto.
"Principalmente os arranjos da cobertura montada no jardim iriam para o lixo", diz José Antonio de Castro Bernardes, decorador da festa. Num grande evento, organizado para uma média de 500 convidados, ele calcula que são usadas de 3 mil a 5 mil flores, que teriam ainda mais cinco dias de vida, em média.
Presa a uma cadeira de rodas desde que sofreu um derrame, há 15 anos, Wanda Guerra, de 76 anos, foi uma das mulheres presenteadas com um buquê coloridíssimo. Ela se mudou para a instituição no início do ano com o marido, Hector José Guerra, que dois meses depois morreu vítima das sequelas causadas pelo Alzheimer. "A flor é uma motivação para continuar minha luta. Ela é uma vitória da natureza", diz Wanda. Os homens e mesmo funcionários da instituição também foram presenteados.
Doações. "Não é todo mundo que lida bem com a terceira idade. Não são todos os idosos que contam com a visita constante dos familiares", diz Helena, que abriu seu projeto a quem quiser participar. Basta avisar o florista ou o decorador da festa que deseja doar as flores de seu evento para o Flor Gentil. " Com o tempo, os colaboradores também terão curiosidade de visitar as instituições."
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4 ELISAMAR MACHADO
20 de julho de 2010 | 15h 52Denunciar este comentário
Parabéns aos idealizadores do projeto e todos os colaboradores. Incrivel e brilhante iniciativa. Ainda consigo ter um orgulho da nossa sociedade quando leio noticias assim..
Parabens também ao Estadao por ter nos apresentado essa materia.
Aos responsaveis pelas instituicoes atendidas eu sugiro que não descartem as flores no lixo quando murcharem, mas sim transformem em adubo organico e utilizem-no para cultivar um jardim no local. Idosos geralmente adoram plantas.
3 Naposi Napo
20 de julho de 2010 | 10h 49Denunciar este comentário
Idéia fantástica! Parabéns aos idealizadores!
E parabéns também ao Estadão Online, chamada na primeira página.
Foi a primeira notícia que abri para leitura, torna o dia mais leve (o que é que eu tenho a ver com uma atriz norte-americana que vai ser presa? tipo de notícia que só se presta à curiosidade mórbida!).
Que mais pessoas possam ter iniciativas de criatividade e utilidade como esta.
E que o Estadão Online possa ter como princípio sempre ter NA PRIMEIRA PÁGINA ao menos UMA notícia que mostre soluções, ao invés de problemas.
Ao menos UMA notícia que mostre a bondade, a solidariedade, a critatividade à serviço dos nossos companheiro(a)s de jornada.
Espero que o editor tope o desafio.
(amigos leitores, que tal uma discreta pressãozinha nesse sentido? umas mensagens de teor semelhante sempre mostra interesse, né?)
2 Sivanira Fernandes Gil Hernandez
20 de julho de 2010 | 10h 48Denunciar este comentário
Gente que idéia mais legal.
Parabéns , parabéns.
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